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O Deus Lattes: servidão voluntária.

Saí da academia. E agora? Seria a máfia da academia?



“Você tem doutorado? Pós-doc? E não está na universidade? Mas… por quê?”A pergunta vem sempre carregada de espanto, desconfiança — e, às vezes, pena.

Sim, eu saí da academia. Não por falta de capacidade, nem por fracasso. Saí por lucidez. Saí porque vi o que muitos fingem não ver: que a universidade, embora espaço de saber, também pode se tornar prisão de pensamento.


Existe vida fora da academia?

Algum tempo atrás eu via várias pesquisadores dizendo que sim. Alguns deles dedicam suas vidas nas redes sociais a disserem que sim. Nunca pensei que seria um deles.



A máfia da academia?


Claro que o termo é provocador — mas ele serve. Porque a academia se organiza, muitas vezes, como uma máfia simbólica:Você entra no doutorado, e com isso aceita implicitamente um “pacto”:

  • subir os degraus certos,

  • buscar os concursos certos,

  • publicar nos periódicos certos,

  • buscar prestígio nas instituições certas,

  • e continuar servindo ao mesmo deus: o Currículo Lattes.

Sair desse ciclo? Apostatar da fé acadêmica? É quase heresia.

A lógica feudal do saber

A estrutura é feudal.O doutorado é a sagração.O pós-doc é o sacerdócio.E a universidade é o templo, onde o iniciado deve permanecer servindo à divindade do sistema.

Se você sai, ouve o típico julgamento moral disfarçado de preocupação:

“Mas agora que chegou tão longe, vai jogar tudo fora?”“Você deveria ser professor universitário!”

Como se o único caminho legítimo fosse a docência formal, como se pensar fora da universidade fosse menos pensar.

Mas o que é mais subversivo do que produzir pensamento livre? Escrever livros que ninguém encomendou? Investir tempo em ideias que não dependem de editais, bancas ou agências de fomento?

O paradoxo cruel

O sistema nos treina para sermos autônomos no pensamento, mas submissos na carreira.

Você pode duvidar de teorias, religiões, governos — mas não da própria academia. Ela não tolera deserção intelectual. Quem sai, vira um “ex-doutor”, um “intelectual falido”, ou apenas um “escritor frustrado”.

Mas escrever livros não é fracasso. Viver da própria inteligência, sustentado por renda passiva, não é abandono. É outra forma de emancipação. Mais arriscada, talvez. Mas, no meu caso, mais coerente.

Burnout, lucidez e reinvenção

Depois do segundo pós-doutorado, o cansaço foi se impondo. Planejei, calculei, fui racional. Mas no fundo, era isso: burnout. Exaustão de um modelo que não me representava mais.

Quatro anos se passaram. Meu patrimônio oscilou, mas sempre permaneceu acima do ponto de partida. Nunca precisei vender minhas ações ou fundos para sobreviver. Construí uma base sólida — não só financeira, mas existencial.

E sigo. Escrevendo. Publicando. Pensando.À margem, sim. Mas de cabeça erguida.Porque minha autonomia é mais valiosa que qualquer cargo.

A heresia do doutor livre

Dizem que deserção é fraqueza. Mas eu vejo coragem. Porque há algo mais revolucionário do que viver do próprio pensamento — sem chefe, sem sistema, sem culto ao prestígio?

Talvez a verdadeira liberdade intelectual comece quando você ousa sair do templo.





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