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A ilusão da liderança científica: o preço da produtividade acadêmica


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A Universidade de São Paulo (USP) é, sem dúvida, a maior instituição de ensino e pesquisa do Brasil — e, em muitos sentidos, seu espelho. É a maior em número de docentes, em campus, em financiamento, em alcance científico. Sua presença no sistema universitário nacional é quase mítica: símbolo de excelência e destino final de milhares de aspirantes a cientistas. Se um brasileiro algum dia ganhar um Prêmio Nobel, é provável que venha de lá.

Mas liderança tem seu custo. A mesma universidade que aparece com destaque em rankings de produtividade e citações também lidera, segundo reportagens da Folha de S. Paulo e levantamentos internos, os índices de depressão, ansiedade e casos de assédio entre estudantes de pós-graduação. A contradição é brutal: a instituição que mais produz conhecimento também produz sofrimento.


Quando a USP celebra sua “alta produtividade” — seja em número de artigos, patentes ou pesquisadores mais citados — é inevitável perguntar a que custo humano esses números são alcançados. Em laboratórios e programas de pós-graduação, a pressão por desempenho é intensa. Publicar virou um imperativo moral. Produzir virou sinônimo de existir academicamente. E o resultado é um sistema que confunde excelência com exaustão.

Por trás da retórica do “impacto” e da “visibilidade internacional”, há uma estrutura que muitas vezes naturaliza o abuso, sobretudo contra pós-graduandos e pós-doutorandos. As relações hierárquicas rígidas, o medo de represálias e a competição constante criam um ambiente propício a adoecimentos psíquicos — e, não raro, ao silenciamento. O sofrimento é tratado como fraqueza pessoal, não como sintoma de uma cultura acadêmica desumanizada.


A produtividade da USP é real, mas o que ela mede? Se mede o número de artigos, não mede o bem-estar de quem os escreve. Se mede citações, não mede o valor social do conhecimento. Se mede “liderança científica”, não mede o custo psicológico de mantê-la. A universidade pública brasileira — e a USP em particular — precisa de uma nova definição de sucesso: uma que inclua a saúde mental e a dignidade de seus pesquisadores.


Enquanto a instituição se orgulhar de ser produtiva sem discutir o sofrimento que produz, continuará liderando dois rankings opostos: o da ciência de ponta e o da exaustão humana. USP lidera produção nacional, mas sabemos o custo para a saúde dos jovens. A nova forma de colonialismo: não produzimos mais café, mas produzimos artigos.






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