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"Não vou citar sem ler", diz Bart: a importância de uma cultura de formigas na escrita de artigos

Atualizado: 1 de nov. de 2023


Algum tempo atrás, vi no grupo de Facebook de bolsistas, não lembro qual, uma imagem do Bart copiando no quadro várias vezes: "não vou citar sem ler".


Seria realmente uma piada?


Diz-se, toda piada tem um fundo de verdade; adiciono, se tiver reações no Facebook, tem mais verdade ainda!


Mesmo antes de ver essa figura, já havia notado entre colegas o hábito de citar sem ler.




Por ler, entende-se:


Leitura completa do artigo, mesmo que seja somente uma vez.

Quando leio, divido a leitura em três etapas, geralmente: primeira, que é superficial; segunda, que volto mais focado; e terceira, mais focado. Nesse processo, faço marcas a anotações. Nunca deixo de opinar sobre o artigo.


Acredito, baseado em conversas rápidas mesmo em evento internacionais: as pessoas não fazem nem a primeira fase!


Com "as pessoas", o quê quero dizer? "pega leve aí", diz minha nova voz crítica interior, que chamo de "comentários de Facebook"; agora, quando escrevo, tenho essa voz que fica que nem mosca, questionando tudo, e bem agressiva, devo dizer.


Artigo de pesquisa original vs. artigo de revisão: quando citar pode se mais importante


"Both Einstein and Feynman made a fetish of not knowing too much, of not relying too much on conventional wisdom." Fred Landis

Manter-se atualizado de todos os pormenores pode ser custoso: Einstein descobriu a fórmula de Gibbs depois de Gibbs, parece por acidente; rumores falam que E=mc² foi descoberta antes na índia.


Acredito que devemos ser cuidadosos ao acusar pessoas de tendência de confirmação. Contudo, isso é realmente um problema atualmente nas ciências, e que precisa ser trabalhado. Isso ocorre claramente em Fake News. Eu tenho o pensamento que pesquisadores deveriam olhar em dobro para isso, parece-me que assumem que estão vacinados à tendência de confirmação, somente porque leem muito.


Em um artigo original, o centro é a pesquisa, sendo assim, citar seria para reforçar os achados, comparar com outros resultados; não acho que deveríamos citar nesse caso como forma de "revisar a literatura": nesse caso podemos sim fazer um forma fraca e até saudável de "tendência de confirmação": experimentos são a forma mais primitiva de conhecimento, a indução, ver nosso ebook para mais discussões. Algumas revistas colocam limites de referências para esses artigos, ou mesmo de páginas, precisamos ser seletivos nas referências nesse caso; não dá para revisar a literatura toda.


Artigos de revisão podem sofrer tendência de confirmação ao se citar somente artigos a favor de algo. Por isso alguns estão criando formas padronizadas de fazer artigos de revisão.


Tendência de confirmação: quando podemos afirmar isso


" Eu atuo entre as Exatas e Biológicas. Embora haja espaço para interpretações, já que nós precisamos pegar as evidências que temos e montar o quebra-cabeça para chegar a um resultado/resposta que seja adequado, as coisas não dependem muito de pontos de vista e argumentações contrárias." Cristiane Colodel

No nosso ebook, falamos disso com mais embasamento, contudo tendência de confirmação tem sido algo presente na escrita de artigos, em especial quando se tem dados experimentais para reportar: basicamente, se esconde o que deu errado, se reporta somente o que interessa.


Como seria a tendência de confirmação na escrita de artigos?


Primeiramente, acho que a tendência de confirmação somente pode ser confirmada depois da escrita do artigo; pessoas diferentes podem adotar formas de trabalhar diferentes, como Feynman parece ter evitado contato com a literatura, e Einstein ao ficar no escritório de patentes; eu uso de forma estratégica. Mesmo depois de publicar, devemos tomar cuidados. Eu mesmo tive um artigo rejeitado por não citar um outro, mas não havia visto: poderia ter sido acusado, apesar de que não fui formalmente, de tendência de confirmação.


Tendência de confirmação, ou confirmation bias, é a tendência de somente olhar para os resultados que nos interessa. Na pesquisa, isso pode aparecer quando somente reportarmos resultados para confirmar nossos achados, ou somente lemos o que nos interesse, como no Facebook

"Viés de confirmação, também chamado de viés confirmatório ou de tendência de confirmação, é a tendência de se lembrar, interpretar ou pesquisar por informações de maneira a confirmar crenças ou hipóteses iniciais." Wikipédia

O que vale mais: cinco referências bem lidas ou 20 citadas, mas mal-lidas


Eu, profissionalmente, prefiro citar menos, mas ler bem. Geralmente, cito trabalhos que já conheço há tempos; raramente cito trabalhos que acabei de conhecer. Imagine casar com uma pessoa que acabou de conhecer, como o Reginaldo Rossi fez?



Citar por formalidade


Não tenho evidências, somente percepções: mas acho que muitos citam por formalidade; como forma de evitar que o artigo chame muita atenção por não citar; já estresses nos nosso livros esse fenômeno que venho observando "da tirania de citar". Para mim, citar deveria ser algo mais representativo: cito porque confio no trabalho, cito porque li e aprovo, penso. Sim, claro, já citei em alguns casos trabalhso que acabara de conhecer, mas me policio para não virar um hábito.



Considerações finais

O que me preocupa é o "efeito rede". Quem já usou sites que criam redes de citação sabe do impacto que gera. Não tenho os números, se tiver, coloque nos comentários: mas acho que para cada citação que faz, deve aumentar muito as chances do artigo ser citado novamente; ou seja, sua citação pode aumentar as chances de trabalhos ruins, sem querer ser moralista, serem passado para frente; somado ao hábito de não ler; lembre-se que defendo que os pesquisadores deveriam ser mais responsáveis com as pesquisas, como alternativa à ficarem presos a "selos papais", o que chamo de "A infantilização do pesquisador acadêmico". O processo de revisão é baseado na confiança. Isso inclui as referências: no máximo , revisor vai olhar a data de publicação, e onde foram publicadas e por quem.


Cite com responsabilidade! 😍😎



 

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