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🔬 O Processo de Revisão por Pares e Seus Vieses: Artigo Rejeitado? Não Leve Para o Lado Pessoal



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Receber uma rejeição de um artigo científico pode ser devastador, especialmente para pesquisadores em início de carreira. A primeira reação é frequentemente culpar a si mesmo, sentir-se incompetente ou não bom o suficiente para a ciência. No entanto, as fontes indicam que a rejeição de um artigo nem sempre é um reflexo direto da sua incompetência ou da qualidade do seu trabalho. Na verdade, o processo de revisão por pares, embora seja a "pedra angular da ciência moderna", é um sistema complexo com falhas e desafios significativos.


O Processo de Revisão por Pares e a Cultura "Publish or Perish"


O processo funciona da seguinte forma: você submete seu artigo a um periódico científico, que o envia para um ou mais revisores ("pares") considerados especialistas na área. Com base nos relatórios dos revisores, o editor decide se o artigo é valioso para o periódico. A publicação em periódicos é crucial para o reconhecimento científico, obtenção de financiamento e avanço na carreira acadêmica. Isso criou a cultura "Publish or Perish" (Publique ou Pereça), onde é preciso publicar regularmente para se manter ativo na carreira científica. Algumas fontes vão além, mencionando a realidade "Publish And Perish" (Publique e Pereça), significando que mesmo publicando, você ainda pode "perecer", nunca podendo descansar.

Os Problemas Fundamentais do Sistema

O artigo aponta diversas questões problemáticas com o sistema atual:

Viés: É considerado o maior perigo no processo de revisão por pares, podendo destruir a credibilidade do sistema. Existem múltiplos tipos de viés:

Viés de confirmação, onde o sistema pode encorajar a submissão e aceitação de resultados positivos em detrimento de resultados negativos.

Viés contra trabalhos inovadores ou de risco.

Viés contra falhas ou resultados que mostram dúvidas.

Viés contra falantes não nativos de inglês.

Viés relacionado à "cultura de especialistas", que pode criar barreiras para trabalhos multidisciplinares ou voltados para o público geral.

Rivalidade, onde pares podem usar o processo para silenciar concorrentes ou impor a citação de seus próprios trabalhos.

Viés de gênero (efeito Matilda) em revisões cegas únicas.

Falta de Transparência: O processo não é transparente. Relatórios de rejeição e aceitação e as discussões associadas são frequentemente perdidos. É difícil estudar o próprio sistema porque os dados não são publicamente disponíveis.

Falta de Treinamento para Revisores: Muitos revisores não possuem treinamento formal em como revisar artigos, embora haja interesse em obter treinamento. A qualidade da revisão pode ser inconsistente.

Custo e Ineficiência: O processo é caro em termos de tempo e financeiro (Article Publication Charges - APCs). O tempo de espera para a revisão pode ser longo, mesmo para uma eventual rejeição. Os APCs podem ser correlacionados com o prestígio do periódico, não apenas com o mérito.

Ruído: Além do viés sistemático, o sistema também possui "ruído", que são erros não sistemáticos influenciados por fatores humanos (como humor do revisor ou interesses competitivos). Isso torna o sistema imprevisível; o mesmo artigo pode ser rejeitado em um periódico e aceito em outro sem alterações.

Foco em Números: O sistema impulsionou uma cultura que valoriza a quantidade de publicações e autores. Isso leva a práticas como autoria fraudulenta e "citações preguiçosas" ou forçadas para aumentar as chances de aceitação.

Distança da Sociedade e da Realidade: A busca por publicações pode fazer com que a ciência se afaste da resolução de problemas reais e da comunicação com a sociedade.

Rejeição Não Significa Incompetência

O artigo enfatiza repetidamente que a rejeição de um artigo não deve ser vista como uma falha pessoal. Dada a influência de vieses, ruído, falta de treinamento do revisor, rivalidade ou a simples aleatoriedade na seleção de revisores, a rejeição pode acontecer por diversos motivos além da qualidade do trabalho. Pesquisadores renomados, incluindo ganhadores do Prêmio Nobel, tiveram artigos rejeitados. Artigos que se tornaram importantes para a ciência moderna também foram inicialmente rejeitados.

Possíveis Caminhos para a Mudança

Embora o sistema atual seja profundamente enraizado na ciência moderna, a discussão sobre suas falhas está crescendo. O autor explora algumas alternativas:

Preprints: São artigos disponibilizados publicamente antes ou simultaneamente à revisão por pares formal. Plataformas como ArXiv, BioRxiv e MedRxiv são exemplos. Preprints resolvem muitos problemas do sistema tradicional, como o tempo de espera e a falta de transparência. Embora ainda não sejam totalmente reconhecidos por todas as instituições, algumas agências estão começando a aceitá-los.

Revisão por Pares Aberta: Neste modelo, as identidades dos revisores e autores (em alguns casos) e os relatórios de revisão são públicos. Isso aumenta a transparência e incentiva revisores a serem mais cuidadosos e construtivos. O autor compartilha experiências positivas com este modelo, sentindo-o mais colaborativo.

Descentralização e Padronização: O poder da revisão por pares está concentrado em alguns periódicos de alto ranking. Descentralizar e padronizar o processo, removendo o monopólio de certos grupos, poderia ajudar.

O Papel das Universidades: As instituições desempenham um papel crucial, pois suas métricas de avaliação de pesquisadores (promoções, financiamento) são fortemente baseadas em publicações, especialmente em periódicos de alto ranking. Mudar essas métricas é fundamental para forçar a mudança no sistema de publicação.

Uso de Modelos de Linguagem Grandes (LLMs): Ferramentas de IA, como LLMs, estão sendo exploradas para auxiliar no processo de revisão, potencialmente ajudando a reduzir vieses ou gerando rascunhos de revisão.

Conclusão: Um Sistema Complexo e em Discussão

O processo de revisão por pares, embora essencial para a ciência, é um sistema complexo com problemas sérios como vieses, falta de transparência, ineficiência e custo. Ele molda carreiras, financiamento e até mesmo quais áreas da ciência são exploradas. A cultura de "busca por falhas" e o foco em ser "certo" podem sufocar a inovação e a comunicação aberta.

Não leve a rejeição para o lado pessoal. É crucial discutir abertamente essas questões para buscar soluções e um sistema que seja mais justo, transparente e que realmente sirva ao propósito de avançar o conhecimento e conectar a ciência à sociedade. Compartilhar experiências e criticar o sistema, como este preprint busca fazer, é um passo importante nessa direção.







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